segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Umas Poucas Palavras ao Meu Amor




São quase duas da madrugada e as palavras estão chegando. Juntamente, com o sentimento que brota dentro de mim todos os dias. E que tem feito meus olhos brilharem com mais intensidade. Às vezes não consigo escrever, quando o coração está tomado de amor. Não consigo, porque me emociono a cada letra escrita. Linhas boiam. Teclado boia. O que quero falar, meu amor, é o antes, o depois e o durante. Havia um vazio em meu coração. Um vazio inundado de dor. Descrença. Desconfiança. Vivia num eterno desafeto. Distanciava-me de todos os sentimentos. Previa desilusões. Sofrimento. Dor... Desilusão. Amargurada, evitava acreditar para depois desacreditar. A ausência, o abismo por vezes me incomodava. Lágrimas escorriam por dentro, por fora sorriso amarelo. Solidão! Não lastimava a ausência. Fui endurecendo, enrijecendo. Meu coração só tinha uma parte. Metade. Pulsava fraco. Faltava o sentimento. Havia tanta coisa velada dentro de mim. E assim segui... Até o dia lúdico santificado em que você chegou para mim “como um sol no quintal”. Aos poucos e com força, preenchendo a lacuna. A fissura. Não tentei relutar, fugir... Entreguei-me. Uma afinidade inesperada, forte e intensa... Meu coração reacendeu. Entreguei-me ao fluxo, a correnteza do amor. E desde então tenho flutuado em águas tranquilas. Quando nossos olhos se encontraram a primeira vez os sinos soaram em meu coração. O que me encanta é a sua doçura. A forma como vive a vida, como sente o mundo... Tenho sentido a potência da vida pelos seus olhos que me atravessa. O seu olhar me acalma e vicia. Quero caminhar ao seu lado para dar passos calmos e firmes. Quero roubar o cheiro do mar para você.  O desejo que sinto por você é pela sua bondade. Tenho aprendido muito e revisto muitas considerações e opiniões... Generosidade. Solidariedade.  O amor tem clareado minha visão! Ter você ao meu lado é um deleite que a vida me proporcionou. Que belo encontro! Você enche meus dias de verde, cor dos seus olhos, que chegou para mim num dia iluminado de esperança... Quero cuidar de nós, do nosso e de quem mais chegar...



domingo, 30 de setembro de 2012

( )

 
Continuo tentando. Às vezes quero mais. Outras vezes quero muito. Mas, a verdade não sei. Quem saberá?  Parece que caminho com todos mesmo quando estou só. O meu sentimento. O sentimento do mundo. Tento enxergar as coisas com lente de aumento, porém continuam distorcidas. Nem mesmo meu olhar desviado consegue enxergá-las. Faço cara de surpresa e ouvidos atentos para as mesmas frases que ouço em diferentes bocas. Todos querem o que todos querem. Quero ficar longe da agitação. Quero sentir a brisa do pôr do sol. Mesmo que o entardecer me apavore. O dia parece quebrar ao entardecer. As lojas fecham. O trânsito complica. Tudo grita ao entardecer. É a hora de voltar para casa. Onde a solidão se apodera. A obrigação do café. Do jornal. Da novela. De dormir. De beijar a mesma boca. E enfrentar a gigante solidão. Conheço muita gente que precisa desse ritual diário (ISSO É MAIS QUE ROTINA, COTIDIANO). Você tem o amor que merece. Já dizia aquela canção. Mas, você também tem a vida que merece. Acho que é mais que merecer. Você tem o amor que necessita. Você tem a vida que necessita. Na vida não há merecimento. Há necessidade. E você tem aquilo que necessita. Se quiser sofrer menos seja autossuficiente. Não importa se você tem boa cara ou não. Todos padecem. Sofrem. Gemem. A minha dor, a sua dor. Quanto mais intimo, mais universal. Não é a felicidade que nivela os seres. E sim a dor e os desamores. Mas, cada um sabe de si. Cada um sabe o tamanho de sua dor. E aí não tem jeito é sentar, chorar e tomar conta dela. Nem sei o que digo. Sou apenas mais um... Não me leve a sério. Me leve à praia. Me leve para tomar um sorvete. A vida quem faz somos nós. Sou responsável por todas as minhas escolhas. E é, por isso, que sei, na vida não há garantias. Continuo tentando, olhando tudo com lente de aumento, mas a verdade... A verdade é uma menina danada!
E está tão diante de meus olhos que
não consigo enxergá-la....................


 

domingo, 9 de setembro de 2012

Minha Querida J (II)


É difícil escrever com os dedos tremendo. A emoção faz estremecer todo meu corpo. Não sei se daí você conseguirá sentir a emoção que estou sentindo. Enquanto escrevo, um filme passa em minha cabeça. Da primeira que vez que nos vimos e de como elegi você para ser minha amiga. As lembranças ganham força cada vez mais. E os dedos trêmulos parecem saber exatamente o que escrever. Já não controlo mão e mente. Tantas coisas aconteceram desde a última vez que nos falamos sem brevidade. Quanta saudade sinto das nossas longas conversas. Do nosso retorno para casa. Das longas conversas pelo telefone. E do entendimento pelo olhar. Pelo sorriso. Uma expressão facial. Sinto as coisas tão rasas, hoje. Não consigo me entregar com a mesma profundidade de antes. E quando tento a receptividade não é boa. Recolho-me e desaguo em mim. Só que já estou transbordando de tantos sentimentos. Pensamentos. Certezas e incertezas. A solidão que sempre foi bem vinda, não é mais. Sinto falta da troca. Da troca verdadeira. Quando tento permutar com alguém o resultado tem sido ruim. Pessoas egoístas. No fundo, no fundo o erro é meu. Porque são minhas escolhas. Estou tão cansada de me culpar pelas minhas escolhas. Mas, a culpa é minha. Ai, esse cristianismo impregnado em minha alma. Inerente em minhas contradições. Um dia me liberto! Enquanto isso não acontece, continuo carregando a culpa do mundo... Enfim! Você está tão bonita. Mesmo que me aborreça por não atender minhas ligações e nem enviar notícias... Continuo amando você! (Por favor, não veja isso como uma cobrança! Não posso cobrar atenção das pessoas!). Quero dizer que amo você, independente, de qualquer coisa. E às vezes quando estou um pouco down penso em você... Uma lágrima escorre pelas lembranças e a outra escorre pela saudade. Bem, todas as palavras aqui são para pedir que você continue em minha vida, mais presente. Não me abandone na caminhada... Em nossa caminhada. Aprendi com minha doce avó que uma das formas de falar que ama alguém é dizer que quer essa pessoa bem, então lá vai: Te quero bem, minha querida! Será que você está sentindo a mesma emoção que eu? Nossa sintonia é tão nossa... Risos! Se cuida, meu bem...
 
 

sábado, 11 de agosto de 2012

(...)





Meus sentimentos possuem a profundeza de um oceano. Oceano no horizonte que encobre o sol fim da tarde. Meus olhos estão sempre à deriva. E meus ouvidos boiam até encontrar por palavras bonitas. Estou chegando ao fim antes de encerrar a caminhada. Antes de saber o motivo que me trouxe. Mas, isso não faz diferença. Meus propósitos se perderam. E uma vez perdidos, perdidos. É como se não sentisse a passagem dos dias. Das noites. A efemeridade da vida me encanta. Gostaria de apagar as lembranças que ecoam em mim. Trazem sentimentos tardios. Que ninguém lembra e/ou sente, apenas eu. Meu coração bobo da corte. Nunca foi satisfeito. Já saciou tantas pessoas. Que fizeram e fazem questão de esquecer. Ou não lembram, porque, simplesmente, não se doaram tanto, quanto eu. Lembranças doem. Gostaria de ter amnésia por opção. Não tenho. Não consigo! Gosto de pessoas e queria colecioná-las.  Estocá-las em meu guarda-roupa. Não consigo descartar um alguém. Tantas vezes já me senti com o prazo de validade vencida. Jogada, jogada. Tantas vezes já fiquei no passado. Passado, passado! Não volta. Permanece enterrado. Tantas vezes já fui descartada. Usada, jogada. Não guardo rancor. Gosto de ser útil. O que machuca são as lembranças dos dias felizes. Que só marcaram minha pele. Os sorrisos. O carinho. A cumplicidade. As palavras ditas.  Só ficaram em minha mente. E gritam. Emergem de vez em sempre. O alarme da lembrança soa a todo instante. Procuro o botão para desativá-lo, mas perdi a senha. Não me ensinaram a viver sem lembrar. Apagar aquilo que não tem valor. Não sei mensurar as lembranças, os momentos. Para mim todos eles são importantes. Os sentimentos dos instantes vividos são os que ficam. São os que me fundam e me afundam...


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Feliz Aniversário!!!



“Não procures verdade no que sabes
Nem destino procures nos teus gestos
Tudo quanto acontece é solitário
Fora de saber fora das leis
Dentro de um ritmo cego inumerável
Onde nunca foi dito nenhum nome”

Sophia de Mello Breyner Andresen

Feliz Aniversário, Pedro!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Cheiro da lembrança...




Quando desço a ladeira da casa de minha vó, sinto o cheiro da infância. O muro que pulava de dentro para fora. A cama macia do cochilo da tarde. Me vejo em pé no sofá, penteando seus cabelos grisalhos. Sob o olhar reservado do vovô. Tomo banho de mangueira no quintal. A maior farra com meus irmãos e primos. Os olhares atentos dos meus pais e tios. E a gargalhada no eterno cochicho de meu irmão. O almoço era sempre tarde. Meu prato preferido era omelete, não importa o que tivesse, sempre queria comer omelete. O lanche quase emendava com a comida. Meus irmãos, primos e eu éramos cúmplices. Nosso entendimento era pelo olhar. Tudo era motivo de riso e confusão. O dengo terno no colo da dinda. O chamego eterno nos braços do meu pai. E o conforto no sorriso de minha mãe. Enquanto corria pela casa, desviando das pernas adultas. A pressa só era interrompida quando ouvia, como ela está crescida! A gargalhada era fatal. Apesar de o meu ouvido temer esses tipos de comentários. Meu olhar sempre foi atento, apesar de parecer boiar na paisagem. Meu sorriso sempre foi fácil... Até endurecer. Vez e outra essas lembranças invadem meu coração. Transbordam emoções pelos olhos. Hoje, continuo, descendo a ladeira da casa de minha vó, sentindo o cheiro de mungunzá que só ela sabe fazer. No entardecer tomo seu café fraco e ouço sua voz falando, A vida é difícil, minha filha, mas tudo passa. Queria deitar em seu colo, encolhida para caber, sentir seu cafuné e adormecer nesse dengo... E no outro dia quando acordasse as dificuldades já estariam no passado...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Um pedido

Gostaria de ter uma agulha com linha bem resistente para costurar a fissura. Com pontos bem pequenos e firmes. Fechar as fendas... Ainda dá tempo?

domingo, 1 de janeiro de 2012

2012!!!



Reinauguração


Entre o gasto dezembro e o florido janeiro,
entre a desmistificação e a expectativa,
tornamos a acreditar, a ser bons meninos,
e como bons meninos reclamamos
a graça dos presentes coloridos.

Nossa idade – velho ou moço – pouco importa.
Importa é nos sentirmos vivos
e alvoroçados mais uma vez, e revestidos de beleza,
a exata beleza que vem dos gestos espontâneos
e do profundo instinto de subsistir
enquanto as coisas ao redor se derretem e somem
como nuvens errantes no universo estável.

Prosseguimos. Reinauguramos. Abrimos os olhos gulosos
a um sol diferente que nos acorda para os descobrimentos
Esta é a magia do tempo
Esta é a colheita particular
que se exprime no cálido abraço e no beijo comungante,
no acreditar na vida e na doação de vivê-la
em perpétua procura e perpétua criação.
E já não somos apenas finitos e sós.

Somos uma fraternidade, um território, um país
que começa outra vez no canto do galo de 1º de janeiro
e desenvolve na luz o seu frágil projeto de felicidade.

Carlos Drummond de Andrade