sábado, 11 de agosto de 2012

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Meus sentimentos possuem a profundeza de um oceano. Oceano no horizonte que encobre o sol fim da tarde. Meus olhos estão sempre à deriva. E meus ouvidos boiam até encontrar por palavras bonitas. Estou chegando ao fim antes de encerrar a caminhada. Antes de saber o motivo que me trouxe. Mas, isso não faz diferença. Meus propósitos se perderam. E uma vez perdidos, perdidos. É como se não sentisse a passagem dos dias. Das noites. A efemeridade da vida me encanta. Gostaria de apagar as lembranças que ecoam em mim. Trazem sentimentos tardios. Que ninguém lembra e/ou sente, apenas eu. Meu coração bobo da corte. Nunca foi satisfeito. Já saciou tantas pessoas. Que fizeram e fazem questão de esquecer. Ou não lembram, porque, simplesmente, não se doaram tanto, quanto eu. Lembranças doem. Gostaria de ter amnésia por opção. Não tenho. Não consigo! Gosto de pessoas e queria colecioná-las.  Estocá-las em meu guarda-roupa. Não consigo descartar um alguém. Tantas vezes já me senti com o prazo de validade vencida. Jogada, jogada. Tantas vezes já fiquei no passado. Passado, passado! Não volta. Permanece enterrado. Tantas vezes já fui descartada. Usada, jogada. Não guardo rancor. Gosto de ser útil. O que machuca são as lembranças dos dias felizes. Que só marcaram minha pele. Os sorrisos. O carinho. A cumplicidade. As palavras ditas.  Só ficaram em minha mente. E gritam. Emergem de vez em sempre. O alarme da lembrança soa a todo instante. Procuro o botão para desativá-lo, mas perdi a senha. Não me ensinaram a viver sem lembrar. Apagar aquilo que não tem valor. Não sei mensurar as lembranças, os momentos. Para mim todos eles são importantes. Os sentimentos dos instantes vividos são os que ficam. São os que me fundam e me afundam...


Um comentário:

Letícia Giraldelli disse...

Lembranças passadas doem mesmo. Sei bem o que é isso.
Mas quando vão, não voltam.
E é nessa vontade de colecionar pessoas que eu vou tentando outros caminhos, até encontrar um que me satisfaça.


beijos doces.