sábado, 6 de agosto de 2011

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Tenho sempre uma lágrima na ponta. Pronta para rolar. Às vezes para fora, borra a maquiagem. Às vezes para dentro, corrói o sentimento. À noite quando durmo feito criança no peito. Tenho sonhos ruins. Não posso controlá-los. Desculpa! Meus olhos fechados enxergam mais do que quando estão abertos. O que imagino sempre é sempre melhor do que o que vivo. Minha imaginação acalenta meu coração. O que vivo deixa marcas em minha carne. Doem com freqüência. Sinto saudades dos seus olhos castanhos apertados. Sua perna sobre a minha. Acho que você nunca existiu. O amor chegou, mas você não se entregou. Assassinaram meu amor às 20h por conveniência. Doeu ler dos seus lábios (que tanto me fizeram feliz!) palavras duras. O seu olhar disperso, fugindo dos meus marejados. O calor que veio por dentro e quase saiu pela boca. Foi engolido seca e lentamente por um café, igualmente, quente. Estiquei os minutos ao máximo para ficar ao seu lado mais um pouco. Depois veio o carinho do consolo. A amizade é o que importa. É o mais importante. Mentira! Mentem para mim há tempos. Finjo que acredito. Sempre calo meus sentimentos. Quando um não quer, dois não amam! – Aprendi essa lição ainda menina. Trago sempre uma lágrima na ponta. Meus olhos brilham mais ao meio dia. Um olho chora mais que o outro. Um é emoção e o outro é contido.