domingo, 16 de dezembro de 2007

Saudades daqui

Estou morrendo de saudades de escrever aqui. Quero escrever tantas coisas, mas tá tão complicado. Saudades. Saudades. Tenho escutado tanto Amy Winehouse é uma pena que ela use tanta droga, quero levar ela para casa e cuidar dela, mas tá difícil. Foi difícil também dizer até logo para Mi no aeroporto, cheguei atrasada. Quase cheguei perdi a minha matrícula na Faculdade, obrigada Enna. Quase fui para final, mas no final deu tudo certo e final que é bom não fui. Aêêê!!! E a tragédia da Fonte Nova, sem comentários. O Baêa na 2ª divisão. E a CPMF que não foi aprovada (não tô comendo nada, vem alguma bomba por aí). Daniela Mercury ganhou o Grammy (Balé Mulato). Caetano Veloso também (Lindo!). Gilberto Gil não é mais Ministro (?). Eu estou cada dia mais apaixonada pela vida. E as pessoas que vão começar a dieta na segunda-feira. Boa sorte! É Natal, Viva! É o Ano Novo que se aproxima. Ano que vem tudo será diferente. Coisas do dia-a-dia. Essas coisas pequenas eu amo. Amo o cotidiano. Não falo mal da rotina, porque a rotina é mega importante. Me apaixonei por Ferreira Gullar, e agora? Eu amo, amo escrever. São tantas coisas. Machuquei minha mão e não posso escrever mais. Até a melhora. Saudades, saudades...

sábado, 6 de outubro de 2007

Histórias de Amor



Tenho pensado muito em escrever sobre o sentimento que norteia todas (ou quase todas) as relações humanas, o AMOR. São histórias de amor lindíssimas que valem a pena serem contadas, algumas com finais felizes outras nem tanto, mas para mim todas as histórias de amor têm finais felizes, mesmo quando um se separa do outro e vai para o Japão. Existe algo mais sublime que sofrer por amor? Bem, para mim, uma simples mortal, aprendiz de poeta, NÃO. Sofrer por amor é lindo, é mostrar que somos humanos, que somos de barro. Sofrer por amor é tudo. É procurar culpados e não achá-los. É procurar soluções e não tê-las. É sentir dor e não ter remédios. É procurar descobrir em vão como e onde as coisas se perderam. É prometer. É jurar. É tentar achar uma forma de aliviar a dor. É não querer repetir os mesmos erros. É chorar, é chorar. Chorar com os filmes de sessão da tarde. Chorar no ombro das amigas. É ter olhos vermelhos. São noites sem dormir. É tentar em vão dizer que não vai mais amar. É desacreditar. É curar um desamor amando. Só um amor cura outro amor. Isso é verdade popular. O povo sabe tudo. Quem sou eu para discordar. Não existe outra coisa para curar um amor perdido. Só encontrando outro amor. O amor é lindo! Amar é tudo de bom. Amar. Amar. Só mesmo minha poeta linda, Florbela Espanca para traduzir meu pensamento sobre amar.


Amar!

Eu quero amar,
amar perdidamente!
Amar só por amar:
aqui... além...
Mais Este e Aquele,
o Outro e toda a gente...

Amar! Amar!
E não amar ninguém!
Recordar?
Esquecer?
Indiferente!...
Prender ou desprender?
É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz,
foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó,
cinza e nada,
Que seja a minha noite
uma alvorada,
Que me saiba perder...
pra me encontrar...

Florbela Espanca

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sobre Minha Grande Paixão



De todas as coisas que eu gosto de fazer e que me dão prazer o que mais gosto de fazer é escrever. E escrevo descontroladamente sobre tudo em qualquer pedaço de papel em branco. Sim, sei que volta meia escrevo sobre minha paixão por escrever. Escrever é minha salvação. Escrever é minha perdição, é minha dor. É o meu caso mais profundo de amor. Amo escrever, pegar o lápis e ver o papel todo escrito com a minha letra miúda e redonda é o meu clímax. Eu quando escrevo me reconheço, me realizo, me desconheço, me sinto. Sinto-me tranqüilamente agitada. E é uma agitação boa. Sinto-me dispersa. O lápis. Só consigo escrever com lápis, com a ponta bem fina. Gosto de escrever bem leve com o lápis de ponta fina. Em alguns momentos é tão leve que a letra sai falhada, o ato de escrever é leve, para mim escrever é leveza, é transcender, é sublime, é inevitável, é uma causa, é a conseqüência, é vida, é tesão, é prazer, é sobreviver. Gosto de escrever qualquer coisa. Escrevo bilhetinhos de amor para meu bem querer. Escrevo lista de supermercado. Escrevo bilhetinhos para meus colegas de sala. Escrevo recados no trabalho. Anoto nomes e telefones. Escrevo sobre Clarice. Escrevo para Vinicius. Escrevo sobre o amor. Escrevo poesias. Escrevo versinhos. E quando não tem o que escrever, escrevo meu nome várias vezes no papel. Escrevo em qualquer papel, de qualquer tamanho. Papel de bala amassado. Atrás de folder. Folha de ofício. Caderno. Agendas. Textos. Escrevo até nas carteiras na sala de aula, mas apago depois. Às vezes. O que estiver ao alcance das minhas mãos eu escrevo e não desperdiço, escrevo no papel todo. E quando não escrevo todo, guardo para escrever depois. Se escrevo bem. Talvez. Se as pessoas gostam. Não sei. Não importa se as pessoas gostam. Não me importo se elas não me compreendem. Eu escrevo para ser incompreendida. Tudo vai ficar igual. Sem alterações. Eu escrevo para ser sentida. Escrever, escrever, escrever. O lápis engrossa a ponta. Tenho que refazer... permaneço escrevendo. Fiz até esse blog para continuar escrevendo. E escrevo...

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Eles Cansaram.

"Ele mora numa casa de onze mil metros quadrados nos Jardins, se ele está cansado eu troco de lugar com ele", Macaco Simão, na sua coluna da Folha, sobre João Dória Junior, lider do "Cansei".
Por Eliakim Araújo*

Paródia ao cartaz do ''Cansei''


Quando um dos principais organizadores, declara que ''levar povo pra rua não é proposta nossa'' a manifestação é natimorta e condenada ao fracasso. Repare que o autor sequer usa o artigo ''o'', antes da palavra povo. Ou seja, povo para ele é coisa distante, quase virtual.

No mesmo raciocínio, só para argumentar, se o movimento teve algo de nobre em sua origem, ele se perdeu ao distanciar-se das massas e quando escalou sua comissão de frente, formada por Hebe, Ivete, Regina e Ana Maria. Todas estrelas de primeira grandeza no nosso universo televisivo. Todas, à exceção de Regina Duarte, embolsam mensalmente rendimentos acima de um milhão de reais, conforme informações que circulam abundantemente nas colunas e revistas especializadas.

A foto das quatro musas, com rostos circunspectos e a mão direita sobre o peito, não empolga ninguém, porque todos sabemos que elas não são assim. São todas mulheres esfuziantes e, aparentemente, de bem com a vida. A foto ficou falsa - talvez por erro de direção - pois Hebe, Ivete, Regina e Ana Maria não são assim em seu dia a dia televisivo.

Outro pecado na escolha das musas é que pelo menos duas delas sempre foram assumidamente anti-Lula (e anti-PT). Quem não se lembra da atriz Regina Duarte no programa do então candidato José Serra, em 2002, declarando ''temer pelo futuro do Brasil'', caso o candidato do governo FHC não fosse eleito? Quem não se lembra de Hebe declarando abertamente seu voto (e sua eterna amizade) ao candidato Paulo Maluf? Logo, pode-se inferir que o parti pris das duas contra o atual presidente vem de longe.

Diante disso, a pergunta é inexorável. Será que as quatro estão assim tão indignadas com o Brasil? Será que interessa a elas alterar a atual situação social que lhes é tão favorável? Vale a piada: não estarão ''cansadas'' nossas estrelas, isto sim, de ganhar tanto dinheiro?

Quem viveu os grandes movimentos sociais brasileiros sabe que nada acontece sem a participação do povo. A história recente do país registra espetaculares mobilizações populares, algumas nem sempre vitoriosas na primeira hora - como a Marcha dos Cem Mil, em 1968, que recrudesceu a repressão do regime militar com a edição do AI-5 - mas mostraram a força do velho refrão ''povo unido, jamais será vencido''. Outras, vitoriosas, como as manifestações dos ''caras pintadas'', que ajudaram a derrubar Collor do poder. Sem esquecer a campanha das Diretas, em 1984, que levou para as ruas do Rio e São Paulo milhões de pessoas.

O ato na Catedral da Sé tem assim todos os ingredientes para não dar certo: primeiro pelas declarações infelizes e a falta de representatividade de suas lideranças, depois pela escolha errada das musas e finalmente por sua limitação a São Paulo. E, fundamental, esqueceram de chamar os excluídos.


PS. A coluna já estava pronta, quando li a gozação do Macaco Simão da Folha em cima do João Dória Junior, um dos líderes do Cansei: ''ele mora numa casa de onze mil metros quadrados nos Jardins, se ele está cansado eu troco de lugar com ele''.

Peguei esse post do meu amigo Pedrinho, tá lá no blog dele e é um blog bem legal: http://www.pedrolaurentino.blogger.com.br

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Minha Cria

Tantos em mim

Há tantos poetas que habitam em mim
Que às vezes acordo
Sem saber quem sou
Tem dias que me sinto
Um pouco Vinicius
Um pouco Clarice
Um pouco Pessoa
Um pouco Florbela
Um pouco Ana C.
Um pouco Drummond
Um pouco Bilac
Um pouco Leminski
Um pouco Leila Miccólis
Um pouco Laurentino
Um pouco de tantos outros
E um bocado de mim.

Liliam C.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Eu quis ser Macabéa.

Para Enna pela assiduidade.

Quando eu li “A Hora da Estrela” eu desejei ser Macabéa, e eu fui, por alguns instantes fui Macabéa com toda sua doçura. E me senti tão forte e vulnerável, ingênua e desvirginada. Me senti impura de sentimentos, eu quis comer Olímpico, eu quis devorar Glória.
Eu quis me comer para me conhecer e descobrir quem era eu por trás daquele nome, por baixo daquela roupa cheia de pudores. Eu quis me comer para me descobrir toda, por inteiro.
Eu me sentia com uma força inabalável, mas sentia o olhar penoso que as pessoas lançavam sobre mim, mas eu não me envergonhava disso, eu gostava daquela piedade, no fundo essa piedade deles era a minha grande vingança. Intimamente eu ria disso tudo e aproveitava bem toda a situação. Eu me sentia feliz e realizada com o sofrimento de Rodrigo S.M. saber que ele estava sentindo aquela dor dente infernal enquanto descrevia a minha vida, aquilo para mim era o máximo, meu clímax, meu ápice.
Eu chorei ouvindo músicas que não entendia, eu repetia coisas que não compreendia, eu desejei envenenar as três Marias e dançar alegremente depois. Eu queria mais, eu queria ter morrido de tuberculose, eu queria sofrer, eu tentei amar, eu menti, eu fui demitida e me fiz de desentendida e santa.
Eu tomava remédios para não sentir dor, nem sabia o que era dor.
Minha Tia foi uma inútil na minha vida, se eu pudesse voltar no tempo eu diria para ela me deixar em paz, me deixar ser livre. Maldita Tia me transformou numa Macabéa simples, simplesinha. Eu que nasci para ser a Macabéa, a única, a verdadeira e fui transformada num lixo ambulante.
Mesmo assim eu amo ser o que o sou, eu amo ser essa mulher burra, não amada, sem expectativa, sem futuro e com a morte batendo na porta.
Aquela Cartomante, bendita Cartomante que me abriu os olhos e me mostrou um mundo colorido, com realizações, pena que acabou rápido, mesmo assim quero dizer que sou agradecida aquela Cartomante até hoje, porque ela me mostrou o mundo num segundo, eu viveria toda a minha vida e nunca iria descobri-lo.E aquele gringo naquele carro lindo, ainda bem que ele acabou com a minha vida em um segundo. Eu jamais poderia viver com aquele homem por mais que eu quisesse acreditar que ele era o homem da minha vida, eu sabia no fundo que o meu homem era Olímpico e sabia ainda mais, sabia que nasci para ser só e que não teria homem. Naquele exato instante que o carro bateu em mim e eu bati a cabeça na calçada senti que minha vida mudaria, senti que terminaria ali minha vida assim como começou sem sentido, pode ter certeza que naquele instante em que morri eu fui à mulher mais feliz do mundo, porque eu morri conhecendo e perdendo o homem prometido que me faria feliz.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Eu não estou conseguindo escrever


Eu queria muito, muito mesmo escrever, mas no momento não estou conseguindo. Se no primeiro post eu quis escrever sobre tudo imagine agora que nem sobre o nada eu consigo escrever. Enna, querida amiga, vou ficar te devendo mais essa, disse que escreveria uma coisa para você ficar mais feliz, mas não estou conseguindo. As palavras estão brincando comigo de esconde-esconde e eu não consigo encontrar o esconderijo delas. Imagino o quanto elas estão rindo de mim, mas a vida é assim. Quando encontrar com elas, serão minhas prisioneiras até quando eu cansar e soltá-las novamente.
Por hora é só pessoal. (Até o próximo post com vontade de escrever)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Adélia Prado (Linda!)




Janela

Janela palavra linda
Janela é o bater das asas da
borboleta amarela.
Abre pra fora as duas folhas de madeira à-toa pintada,
janela jeca, de azul.
Eu pulo você pra dentro e pra fora,
monto a cavalo em você,
meu pé esbarra no chão.
Janela sobre o mundo aberta,
por onde vi o casamento da Anita esperando neném,
a mãe do Pedro Cisterna urinando na chuva,
por onde vi meu bem chegar de bicicleta e dizer a meu pai:
minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis.
Ô janela com tramela,
brincadeira de ladrão,
clarabóia na minha alma,
olho no meu coração.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Eu quero escrever


Uma folha em branco é algo tentador para quem insiste em escrever mesmo sem saber para quê escreve ou por que escreve. Eu aqui sentada parada, patética, pensativa, penso que posso escrever tudo o que eu quiser e até o que eu não quero eu posso escrever. Milhões de idéias surgem ao mesmo tempo em minha cabeça. Meu lápis com a ponta mal feita não consegue acompanhar o ritmo das minhas idéias. Elas vão e vêm num entre e sai que me deixa louca e extremamente excitada. Posso escrever sobre o meu amor mais que platônico por Clarice Lispector, mas do que adiantaria ela me deixou antes mesmo de eu vir ao mundo e dizê-la o quanto eu a amava. Então escrevo sobre o meu amor, o meu amor que sinto lindo, verdadeiro e forte e que me deixa chateada todas as manhãs, porque nunca acorda cedo. Posso escrever uma poesia para meu amor, mas agora o que quero é escrever agora eu ainda não sei. Quero muito escrever sobre os calos que tenho nos dedos de tanto escrever, mas o que eu mais quero é ter realmente esses calos, senti-los doer bem forte e não tomar remédio para aliviar a dor, porque o que importa mesmo são os sentimentos. Eu gostaria de escrever bastante com os meus calos, gostaria de senti-los sangrar bem forte e manchar todo o papel com o meu sangue e minhas letras. Escrever revoltada com a dor, tão revoltada quanto Rodrigo S.M. e sua dor dente, eu sentir aquela dor dente dele em mim. Eu quis acabar com Macabéa o mais rápido possível para acabar também com a minha dor. Eu quero descrever como eu sinto o mundo, como me sinto diante dele e o que é que estou fazendo aqui. Quero escrever sobre a viagem deles a França e como foi lindo vê-los casando. Eu quero escrever sobre o meu Amorzinho e o quanto é importante vê-lo crescendo e ainda não multiplicando. Eu quero escrever sobre os maiores amores do mundo e o quanto eles são importantes em nossa vida. Eu quero escrever sobre meus irmãos o quanto somos diferentes e o quanto isso é importante para nós sermos irmãos. Eu quero escrever sobre tudo que aprendi na Faculdade o quanto àquelas aulas chatas são importantes depois que passamos por elas, na hora estamos tão envolvidos que não percebemos nada. Eu quero escrever sobre todos aqueles que conheci, mas são tantas pessoas. Eu quero escrever sobre o avião que não chega na hora certa, eu quero escrever sobre Vinicius de Moraes e o quanto eu aprendi com suas poesias e seus sonetos, eu quero dizer que amo Fernando Pessoa, eu quero dizer que chorei quando descobri que Florbela Espanca já tinha morrido, eu quero escrever sobre o medo que sentir quando soube que Ana C. suicidou-se no dia do meu aniversário, mas que eu procurei entendê-la, eu quero escrever sobre o choro que engoli quando Cássia Eller morreu, eu quero escrever sobre a alegria que me toma quando ouço Zélia Duncan, eu quero escrever sobre Carlinhos Brown e o quanto ele me deixa feliz quando canta “Samba da Bahia, Samba da Bahia, Ê Maria Nega Tetê”. Eu quero escrever o quanto sou feliz por ter nascido na Bahia de Caetano Velloso, de Gilberto Gil, de João Gilberto, de Ruy Barbosa e de Daniela Mercury. Eu quero escrever sobre o quase, eu quero escrever sobre o talvez, eu quero contar as minhas dúvidas, eu quero escrever sobre o sentimento que me toma quando escrevo, o quanto me sinto viva e importante com o lápis na mão, eu quero dizer que sou feliz, eu quero escrever algo que ainda não disse, eu quero escrever sobre tantas coisas, mas a ponta do meu lápis quebrou.