terça-feira, 21 de abril de 2009

Algumas Palavras para a Moça dos Olhos de Amêndoa

Eu abracei você, apenas. Mas gostaria de falar para você chorar. Chorar mais e mais. Até sentir que não há mais lágrimas. Até sentir que a fonte secou. E mesmo sem saber o motivo do choro. Pediria que você chorasse em meu ombro. E molhasse toda a minha roupa. Para que eu também pudesse sentir o seu choro. E sentir desaguar em mim as lágrimas que saíam de ti. Misturar suas lágrimas com as minhas até não poder saber quem seria a dona. Chorar suas lágrimas e senti-las como se fossem minhas. Chorar por você e por mim. Chorar é um exercício, por isso, suamos quando choramos. Devo confessar, ou melhor, compartilhar: eu choro para sentir! Choro para sentir-me. Somente para sentir que sou. Às vezes fico agoniada para parar de chorar, mas não consigo parar. Chuva torrencial de lágrimas sai dos meus olhos. Não me sinto triste quando choro. Não há tristeza em chorar. Sim, às vezes há. Mas nesses dias de choro por lágrimas por sentimentos não há tristeza. Choro para aliviar. Choro para lavar. Lavar o que há muito tempo estava nublado. É um choro de chuva de inverno em mim. Não é chorar por chorar. É chorar para desaguar. Chorar com vontade e sentir-se impotente diante dessa necessidade. Alguns choram por amor. Eu já chorei! Muitos pela dor. Eu já chorei! E por tantos motivos. Eu choro por mim. Pelo desconhecido. Choro pela ausência. É um desmoronamento de dentro para fora. Às vezes essa explosão de lágrimas ocorre por um motivo bobo. Bobo para os outros que nada sabem sobre minhas lágrimas internas. O bobo na verdade é o que faltava para o transbordamento. Eu choro, porque sou forte. Se fosse frágil me esconderia. E fingiria nada sentir. Sou verdadeira. Sensível. E choro até sentir o sentimento adormecer dentro de mim. Chorar para sentir-me renascer. Reconstruir-me. E assim ser forte. Inteira. E voltar a ser rochedo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Empoemar-se...



Hoje precisarei de toda a minha sensibilidade. Precisarei pedir em emprestado a sensibilidade de muitas pessoas. Ou poderia furtar. Um furto temporário. Porque as palavras que serão escritas através de mim revelarão uma pessoa, iluminadamente, sensível. Peço, humildemente, um pouco de silencio. Mas as pessoas são barulhentas demais para me ouvirem. Então suplico a Elque e a Carol o silêncio necessário para dar o tom certo a leitura. Os versos que seguem foram escritos de carinho em carinho. De amor em amor. Gota por gota. Palavra por palavra. A primeira que a vi foi no dia da primeira aula na FJA. Eu sei que você nem lembra. Mas eu lembro e posso contar para você. A sala estava lotada. Era aula de Teoria da Narrativa. Naquele instante estava procurando sorrisos para sorrir junto. E você sentou-se ao meu lado, bem ao meu lado. E poderíamos ali naquele momento ter selado nossa amizade, mas a vida não quis assim. Um dia após o outro e fizemos outras amizades. A vida sabe o que faz. Trocávamos umas palavras aqui, outras ali, sorrisos acolá. Nada mais que isso. Naquela multidão de gente. Eu vi você sambando. Você sambava (e samba) tão iluminada que era impossível não percebê-la. Parecia que naquele instante todos tinham parado para lhe ver sambar. E eu vi a luz que emana de você. A luz que tinha chamado minha atenção no primeiro dia de aula, mas que diante de tantos nervosismos e estréias eu não pude compreender. Após aquele dia tornamos-nos mais próximas. Depois vieram as paixões. Clarice. Adélia. Sayonara. Amy. Aí você assim cheia de vergonha e ousadia me mostrou umas coisas que escrevia. Avisou-me que escrevia umas coisas sem saber o que era. Poemas? Contos? Crônicas? Textos? E quando li pude perceber que tratava-se de poesia. Pura poesia! De verso em versos. De rima em rima. Você me falou sobre Chico e eu achei engraçado. Só depois eu comecei a compreendê-los. Vocês únicos e múltiplos formando um só. Formando uma só: Mileide. MILEIDE! Minha Leide. Minha querida poeta que empoema a todos ao seu redor com a sua sensibilidade. Tem dias que eu acordo, excessivamente, sensível e sinto-me Mileide. Mas eu sou uma “tímida ousada” assim como Ela, assim como nós. E quando acordo sensível gostaria de ser chamada de Lileide. Eu Lileide, você Mileide. E se você me ajudar eu sei que juntas iremos empoemar Lisboa e o mundo. E quando isso acontecer as pessoas serão mais sensíveis mais suaves e fortes. Empoemaremos o mundo com seus versos. Eu serei mais você, porque o mundo será mais Mileide.
E Ela agradece assim:
Um agradecimento:
Meu texto, lindo, lindo lindo lindo e maravilhoso.
Um sonho realizado.Como vou agradecer??
Hum... (?)
Que carinho, que pessoa especial e iluminada é vc!
A intérprete deu o tom certo à leitura, que vc já sabe bem como é, né ?? A escolha não fora aleatória. Ela é alguma espécie de: ProTriz!
A mistura de professora com atriz, da melhor qualidade!
Elque e Carol deram o tom silêncioso igualmente - repedidamente certo à leitura!
E o resto da turma, não, eles "se-me" indagavam o tempo inteiro:
É seu o texto, Mileide?
ou então:
É de Mileide... É de Mileie...rsrs...
E eu dizendo, não gente, não fui eu quem escreveu.
Mas no fim, era meu mesmo.
Foi feito pra mim.
E eu fiquei muito(tão) feliz,que nem sei,
Assim vc me lenha minha filha, no bom sentido!
Eu te amo, por todas as delicadezas, porque até quando vc nem sente, vc é gentil e
delicadinha...
Obrigada por tudo.
A sua poesia me embelezou mais do que eu mereço!
Miloca Querida!

Eu agradeço sempre por fazer parte de sua vida. E por você ser essa pessoa maravilhosa e “empoemada”. Eu amei o “ProTriz”. Estamos ficando mestres nessa coisa de neologismo.
Te amo!

Beijos

domingo, 5 de abril de 2009

Vazio...










Sem vontade de escrever!
Minha sorte é que essa coisa de vontade é passageira...