terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Para quando você chegar...



Se você quiser namorar comigo. Eu prometo surpreender você a cada dia. O nosso amor seria reinventado todos os dias. Pequenas porções de mim para ti, você receberá para não enjoar de uma vez só. Eu quero dizer: - Boa noite! E abraçar você bem forte. Me sentir segura. Protegida e protetora. Quero limpar seus olhos de remela de manhã cedo e beijar sua boca com nosso hálito forte. Quero acolher você em meu sorriso. Sentir seu carinho e conquistar sua confiança. Quero escrever cartas de amor ridículas. Quero recebê-las também. Quero sentir seu desejo. Te encher de ternura. E nas noites de frio compraremos um edredom. Gostaria de dividir a vida com você, mas sem casar. Eu quero saber o que você pensa para não realizar seus desejos. Assim teríamos sempre o que buscar. Eu não sei cozinhar e a pipoca sempre queima. E quando estivéssemos nos beijando esqueceríamos a panela no fogo. Pediríamos uma pizza. Faço um café maravilhoso, mas o leite sempre derrama e suja o fogão. Eu xingo, brigo, choro e peço desculpas depois. Eu quero companheirismo. Eu quero cheiro no pescoço. Cenas de ciúmes às vezes são necessárias. Eu quero o carinho certo na hora errada. Eu quero dormir sobre você. Eu quero roubar seu cobertor. Eu não bebo, não fumo e durmo cedo. Eu não quero ter filhos. Eu amo crianças. Eu farei uma trilha sonora para ouvirmos em casa dia de domingo. Eu te apresentarei minhas emoções. Prometo que os meus defeitos serão apresentados um de cada vez. Não quero que você fuja! E vamos andar de mãos dadas pelas ruas. Ver o pôr do sol. Eu cobriria você com as minhas palavras. Eu te quereria todos os dias. E quando você sentisse medo eu apertaria sua mão. E quando não soubesse o que falar sorriria. E quando não soubesse o que fazer te abraçaria. Eu não gosto muito de assistir TV, mas assisto novela contigo se você quiser. Eu choro lendo livros, mas não choro assistindo filmes. Eu tenho vergonha de mostrar meus versos. E quando brigarmos, brigaremos mesmo. Nos amaremos depois. E nos dias de gripe beijarei a pontinha do seu nariz. E se você tiver que viajar e me deixar... Eu vou atrás! Andaríamos felizes. Sorriríamos de tudo. Não te prometeria o sol, mas você seria meu girassol. E nas noites escuras seus olhos me guiarão. E se algum dia você, simplesmente, perguntasse: - Por que? Eu falaria: Eu só amar assim... Estou cansada de me dividir No que é certo no amor Quem é que vai dizer o que falar? Calar? Querer?



sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Para Minha Querida...

Eu procurei algumas palavras dentro do meu dicionário para você, mas às vezes as palavras brincam comigo elas se escondem e querem que eu as procure. Só que hoje meu coração tinha urgência em escrever para você e não pude encontrá-las. Lembrei de uma música que você gosta muito e resolvi postar aqui para você ficar bem. Eu apenas gostaria que todos os seus dias fossem sextas-feiras e assim você pudesse ser (mais) feliz. Só agora compreendi a beleza dessa música. Essa é uma canção composta por Adriana Calcanhotto e belíssima quando cantada por Belô Velloso. Essa música me parece uma declaração de amor à Bahia. A Bahia que você abarcou e que agora te pertence cada vez mais. Gostaria de falar para/com você que nós estamos juntas nessa caminhada, porque "toda sexta-feira todo mundo é baiano"...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Migalhas de um todo

Tento descobrir o início. Onde tudo começou, mas não consigo. Tem coisas que acontecem por acaso e o acaso torna-se óbvio e o óbvio é uma conseqüência natural das causas. Toda causa tem uma conseqüência. Mas se toda conseqüência é motivada por uma causa, procuro saber o ponto de partida da causa o que causou aquela causa. É a velha história quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Se eu soubesse onde tudo começou, talvez ficasse mais fácil descobrir meu papel nesse mundo. Não sei qual o meu lugar no processo, se estou no início, no meio ou no fim. Sei que faço parte mesmo quando me sinto excluída de todos e de tudo, sei que tenho meu lugar garantido no processo. Que processo será esse? Não sei. Não tenho tido um sono tranqüilo, tenho dormido pouco e comido muito. Procuro fazer coisas tentando despertar meu inconsciente, às vezes acho que ele está adormecido e só ele tem as respostas para todas as perguntas que faço. Penso também que meu inconsciente rir dessa minha busca desenfreada. Sinto-me envergonhada. Sinto-me pequenina. Sinto-me desamparada. Tenho a impressão de que esse mundo não é real, vejo seres dotados de inteligência cometendo atrocidades antes vistas no cinema. O mundo então é uma grande tela de cinema. E eu será que faço parte dessa irrealidade cotidiana ? Será que sou real? (...) O que será que vem depois? As árvores dão frutos e vivem por séculos. E eu até quando viverei? Qual será a minha contribuição? Às vezes acho que sou conformada, mas muitas vezes tenho idéias revolucionárias e aí ninguém me entende. Perdôo a todos que não consegue entender-me. Nem eu entendo me. Compreendo-me, mas entender-me é complicado, é denso, é intenso, é profundo. (...) Tenho vontade de perguntar aos berros: Quem sou? Para que alguém ouça e dê-me a resposta que tanto preciso ouvir. Às vezes acho que alguém virá dizer-me isso, quem será meu herói? Será que tenho um? Alguém por favor, diga-me o que eu preciso ouvir. Ninguém responde. (...) Tenho que descobrir sozinha à parte que cabe a mim nesse mundo. Sei que tenho uma parte. Já não me sinto desamparada, mas sinto-me solitária. Preferia estar mal acompanhada a só. (...) Eu sinto que faço parte do processo, mas sinto me excluída. Às vezes sinto me excluída, meio sem lugar neste mundo. Talvez eu ainda não tenha encontrado meu lugar, porque as coisas têm acontecido rápido demais. A velocidade das coisas deixa-me perdida, quando eu penso no tempo que é, que estamos de repente já não é mais. Internet, TV, Pager e outros tantos blás deixa-me furiosamente enlouquecida. Não me reconheço mais na sociedade imediatista que é capaz de fazer qualquer coisa para garantir sua felicidade individual. (...) Temos tudo que merecemos isso é uma verdade. (...) Deixar a vida à própria sorte é um erro, mas também não podemos ser um estrategista. Traçar um objetivo e correr atrás dele isso é realmente importante. Meu maior objetivo é escrever, o quê? Realmente isso não importa, sei que quero escrever para o resto da minha vida. Agora já estou escrevendo sem saber o quê. (...)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Fragmentos...


Eu deixei escapar. Foi sem querer. Confesso. Estava segurando bem forte, mas não tenho muita firmeza em uma das mãos. E você sabia disso. Você sempre soube e por isso jogou tudo em cima de mim e me pediu para segurar. Caiu, foi sem querer. Eu não desejei que caísse. Estava segurando firme, mas escapuliu. E já era, caiu mesmo. Espatifou-se. Eu tentei recuperar os pedaços e juntá-los, mas eram pedaços muito pequenos. E você preferiu ir embora e não quis me ajudar. Até tentei sem você, mas os pedacinhos foram se perdendo. A sua ausência crescendo, doendo e multiplicando. Aí ouvi muitos burburinhos. Algumas pessoas falaram para eu largar todas aquelas coisas ali mesmo e que não valia mais tentar juntar o quebra-cabeça, porque o maior pedaço estava muito quebrado. E mesmo se eu o colasse não daria certo, porque não dá para viver numa colcha de retalhos. E eu sou feliz, porque sou inteira. Não me divido. Então eu levantei e deixei aquelas coisas pequeninas lá no chão. Outras pessoas chegaram, pisaram e aquelas coisas ficaram ainda menores. Viraram partículas. Quando essas pessoas foram embora eu peguei a vassoura e varri aquilo que restou, depois joguei no lixo. Um lixo não reciclável. Muitas pessoas que foram lá para observar e sem nada para acrescentar levaram uns pedacinhos grudados em seus solados. Logo depois as coisas foram seguindo seu verdadeiro caminho. Eu não poderia impedi-las. Eu não sou She-Ha! Eu não tenho a força. Cada um sabe de si. Ou acha que sabe. Eu não sei sobre mim. Certeza. PARÊNTESES. (Na hora que estava juntando os caquinhos percebi que aquilo tudo já não me pertencia mais. Nem pertencia a você. Não era mais nosso). E essa coisa de si em mim não dá. Não flui. Isso pesa, percebe? Não posso me responsabilizar por tudo. Eu não estava sozinha, apesar de sempre ser só. A realidade é essa aí e é uma só. A realidade é essa que se vive. Não adianta se esconder. A vida te encontra e escancara a realidade bem diante de sua cara pálida. E você fica perplexo olhando a vida passar diante de seus olhos marejados. Ninguém perguntará a você o que você quer da vida. É tudo imposto. Sua opinião e você nada valem. Não é você que faz as escolhas. A vida te escolhe e te impõe. E você tem que aceitar tudo aquilo calado. Tentando digerir devagar, porque se se engasgar já era. A vida não pára por causa de você, a vida segue até o dia que ela quiser. E quando ela não quiser mais, ela vai embora. E nem te pergunta se você quer partir. E eu que ficasse lá juntando os caquinhos!