quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma Saudade Infinita...



Esse texto foi escrito com um mar desaguando de dentro para fora. Como se as águas mais profundas do mar começassem a sair dele. De sua profundidade para o mais raso e mais visível. Um mar de lágrimas profundas escorria igualmente em mim e manchavam todo o papel. Somente dessa vez eu não percebi a desorganização da minha escrita. Às vezes é preciso derramar para fora o que transborda em meu coração. A saudade todos os dias dá uma alfinetada em meu peito. Alfineta, lentamente, meu pobre peito. Tenho tantas coisas para contar a você. A sua ausência multiplica-se a cada dia que passa. Eu tenho tanto para te falar. Queria dizer que finalmente sinto que faço parte da Academia e já não me sinto tão deslocada quanto antes. Devo confessar que muitas noites quando todos vão dormir eu penso em você e no quanto fomos felizes. (Mais lágrimas). Quantas descobertas fizemos juntas e tantas outras compartilhamos. Eu não tinha vergonha de revelar a você meus medos, minhas aflições e angústias. Eu sabia que poderia sempre contar com o seu apoio incondicional. Meu alicerce. Você sabia que eu poderia ter um bilhão de amigos, mas era para você que eu mostrava minha fragilidade. Você foi o meu primeiro amor. Minha primeira paixão. Minha primeira relação de amizade. Você enxergava em mim o que nem eu sabia e nem via. E se eu falasse que iria fazer quaisquer coisas você me apoiava. Você me dizia com sua voz rouca, delicada e ao mesmo tempo forte que eu era muito inteligente. E eu pensava e buscava essa inteligência em mim, mas não via e até hoje não consigo vê-la. O quanto eu fui boba ao pensar que tínhamos todo o tempo do mundo. Quando você partiu, partiu-me. Sou dolorosamente fragmentada. Hoje quando surge um desafio eu lembro de você falando: “_ Liliam, você consegue. Você é inteligente! Se jogue!” Eu acreditava em você, e por isso, acreditava em mim. Mas sem você aqui fica difícil. Inúmeras vezes me sinto frágil e com vontade de desistir, mas lembro de você e de sua confiança em mim e essa lembrança faz-me forte. Eu só queria enxergar em mim o que você enxergava. Talvez se eu pudesse me ver com seus olhos... Eu descobriria a fonte escondida. (Mais lágrimas, porque eu choro e não tenho vergonha em demonstrar quanta falta você faz). Você falava em minha maturidade precoce e eu mais uma vez mergulhava e nada descobria. E não deu tempo para falar o quanto eu me esforçava para acompanhá-la. Eu lia bastante e estudava muito, porque queria muito que você fosse minha amiga. Na verdade tinha receio que você não quisesse ser. Assim poderíamos conversar sobre todas as coisas que você quisesse. E continuar trilhando nossa amizade. Em muitas ocasiões questionava-me o motivo de sua amizade comigo diante de tantos amigos maravilhosos e não chegava à conclusão alguma. E mesmo que chegasse faria questão de esquecer, porque você foi o maior e o melhor presente que a vida poderia me dar. Há dias em que ensaio um entendimento, mas aí a dor grita e avassala a razão. Perco-me diante de tantos sentimentos e dúvidas. Às vezes sinto a dificuldade de viver nesse mundo, mas nem de longe consigo imaginar o tamanho da sua sensibilidade. E tudo que eu queria fazer agora era te abraçar bem forte. Abarcar você em mim. Dar-lhe um banho. Colocar-lhe um perfume bem cheiroso daqueles que você gostava e te colocar para dormir em meu colo. Velaria seu sono durante toda a noite. Cuidaria para que você não tivesse sonhos ruins. Eu protegeria você da crueldade do mundo, porque não importa o quão somos sensíveis. O mundo é e será cruel. Mesmo que não mereça e você não merecia. Mas na vida não há merecimentos. Eu continuo a andar pelas ruas de Ondina cabisbaixa e contando pedras que todos os dias mudam de lugar. Eu as procuro na tentativa de não procurar você, mas você permanece e permanecerá aqui comigo.

8 comentários:

Anônimo disse...

...LINDOOOOOOOOOOOOO desabafo...!!!!!

Rosinha disse...

Hummmm.... pra quem é?

Anônimo disse...

Chorei.

Esse texto tb é meu,
meu e da minha melhor amiga: minha mãe.

"E tudo que eu queria fazer agora era te abraçar bem forte. Abarcar você em mim. Dar-lhe um banho. Colocar-lhe um perfume bem cheiroso daqueles que você gostava e te colocar para dormir em meu colo. Velaria seu sono durante toda a noite. ."

Eu tb queria Liu.
Vc é linda.

Empoemamento disse...

Ai Poeta,


nós também sentimos saudades assim, I-N-F-I-N-I-T-A-S.

Como é gostoso, bom alegre e triste ao mesmo tempo sentir tanta saudade-infinita!

Sentir essa depressão que só a saudade-infinita sabe dar.


Ir sofrendo, querendo ir de encontro a saudade-infinita, acabá-la, abraça-la, apertá-la bem forte até que ela nunca mais pudesse escapar.Beijá-la de lingua, como os apaixonadis. Dá uma vontade danada de fazer isso, né?? mas só que não podemos... Ai vem essa fraqueza, essa incapacidade... Deus é mais.. Como é bom, ser Humano, fraco e sentir saudades-infinitas!


Eu adoro sentir saudades-infinitas ouvindo música, lendo poemas e sabendo cada vez mais, que a saudade é uma merda, nunca cessa, vez por outra, se esconde, mas está sempre lá, pos trás do pensamento.

Saudade é o nosso mal necessário!

Ai de nós se não a tivessemos, o que seria dos abraços? dos beijos? Do carinho?? Se não houvesse um abandono para que em seguida houvesse uma saudade e depois: Bommm, eles apaixonados, "abraços e bejinhos e carinhos sem ter fim, que é para acabar com esse negócio de você viver sem mim, não QUERO mais esse negócio de você viver sem mim."!

srrs.. Ai ai.


Beijos vermelhos,

Nós dois!

Empoemamento disse...

Ops! esquecemos:

O texto, o sentimento e a poética são maravilhosos!

Você é toda uma maravilha!



Mais Beijos dos nossos,

Vermelhos...



Mi e ChicO!

Maria Dias disse...

Olá menina Poeta,

Nao fique assim,hoje chove mas amanhã o sol brilhará novamente.O tempo tudo cura e Deus sabe o q faz...Temos q passar um certo tempo com as pessoas, mas quando é chegado a hora de partir(seja lá de q forma) nao tem muito jeito.Lembra do pequeno Principe e a Raposa?Lembra q ela quis ser conquistada mas na hora de ele partir ela chorou?Releia o capítulo 21 poetinha...Tenho certeza q vc vai entender do q falo menina...
Olha, torço pra q vc se recupere e deixo aqui o meu abraço bem apertado viu?
E mais, vc nao é uma Poetinha feia deveria mudar o nome do blog para: Uma bela Poetinha!rs...

Até mais bela poetinha!rs...

Beijinho

Maria

Poetinha Feia disse...

Anônimo,

Obrigada pelo carinho de sempre! E você já não é anônimo, pois sei quem você é. (risos) Obrigada!
Beijo.

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Rosa (Toquinho)

Esse texto foi/é dedicado a uma amiga muito querida que partiu para uma realidade melhor e mais justa.
Obrigada pelo carinho. Obrigada por ter vindo.
E veja se desemperra lá o seu blog, porque eu não consegui comentar.
Um Beijo.

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Carla (Linda!)

Já falei a você o quanto te acho sensível? Querida, você é de uma sensibilidade ímpar. Eu é que fico emocionada com as suas lembranças. Queria ser tão forte quanto você, mas se você me ajudar eu posso tentar.
Esse texto é nosso.
Um dia eu amaria ler tudo que você escreve. Não apague! Guarde e mostre-me!
Um beijão.

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Mila / ChicO

É uma saudade infinita que às vezes me deixa oca. A saudade machuca mesmo. Faz doer à alma. E não cessa mesmo. Vai corroendo aos poucos e quando nos damos conta já não resta mais nada. Somos compostos de sentimentos. Bons ou ruins. Somos humanos. Incapazes e capazes. E isso é o que me faz sentir viva e querer viver.
De saudade em saudade. De carinho em carinho. De abraço em abraço. E vamos vivendo...
Você é toda uma maravilha!

Vocês todos são maravilhosos!

Um beijo grande!

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Maria

Obrigada pela visita e pelo carinho. É bom ler palavras acolhedoras.
O Pequeno Príncipe é um livro maravilhoso e que me acompanhará durante a minha vida.
“Cativar significa criar laços”
Esse laços, minhas lembranças, levarei comigo bem guardadas naquilo que tenho de mais fundo.
Já faz alguns meses que minha amiga partiu. Eu sinto a falta dela todos os dias. Há dias que dói mais há dias que dói menos.
E às vezes tenho a sensação que não deu tempo para eu falar o quanto eu era grata por sua amizade. Quem sabe um dia quando nos encontrarmos...
Obrigada pelo “bela poetinha” gostei da sugestão.

Um beijo!

Anônimo disse...

Sabe nadaaaaaaaaa...rsrs.Bj Gigante!