domingo, 31 de julho de 2016

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Queria escrever um texto sobre aquele filme que vimos. O descompasso das relações até a ruptura. Mas, passou. Conversamos horas sobre. Dias. E o sentimento ainda estava lá. Não consigo desconectar daquilo que causa impacto em mim. Como se revivesse aquele sentimento a cada segundo. Ressuscitasse a situação a cada instante. E assim é com tudo. Amor. Dor. Felicidade. Tristeza. Quando algo acontece, acontece. É real. O sentimento fica. Dias. Fico sentindo... as palavras ecoando no ar. Arrepio no braço. Frio na barriga. Fecho os olhos. Rodopio por dentro e boom! Lá está acontecendo novamente. Sou solidária aos sentimentos alheios. A dor. A tristeza. O amor. A alegria. Me comovem. Há entendimento. Há entendimento assinalado. E um sentimento extremado. Que não sai. Perdura. É perene. Não consigo passar ao largo do sentimento alheio. Sem ser capturada. Sem ser conectada por ele. Há uma ligação inexplicável. Indizível. Apenas sentida. Intimamente sentida. É muito fácil tomar o lugar do outro. Colocar-se lá. Sim, sei exatamente como se sente. Até o que nunca vivi. É vivido internamente. Há reciprocidade intrínseca. Que não sai. E que me comove. E que me move. A conhecer o outro. A criar laços. E dar nós. Que jamais serão desatados. É profundo. O que todos sentem no seu íntimo reverbera em mim. Quanto mais íntimo. Mais ancorado. Mais universal. Sou um mosaico de sentimentos. Um espelho. Um reflexo. As experiências alheias estão entranhadas às minhas. Misturadas. Estão muito próximas. Que não consigo distinguir o que é meu e o que é seu. Se foi, fomos. Se é, somos. É nosso. Os sentimentos que experimento dão liga às relações. Estou minada pelas emoções minhas e suas. À deriva.  Saboreio os sentimentos infiltrados em mim.  Estão incutidos. Embrenhados intimamente. E os sinto de forma desmedida. E a situação continua renascendo a cada instante até que outra aconteça... e que tudo se misture. Infinitamente, quantas vezes forem possíveis...



Um comentário:

Jaya Magalhães disse...

Eu não conseguiria te explicar o quanto de mim está tatuado em tuas linhas ali. Sinto muito parecido. Sinto muito. Todavia, já chegando ao final, notei que, diferente de você, consigo pontuar certas coisas. Não levar além, pra deixar o novo brotar, por ser agora mais necessário.

Não consigo explicar, como disse inicialmente. Mas sentir é o que faço melhor.

Ah! Queria te agradecer pela visita no meu espaço. E te dizer que fiquei emocionadíssima lendo teu texto sobre a Bahia. Sou baiana, passei 12 anos fora e voltei há alguns poucos anos. E, sinceramente, não existiu um dia sequer onde não senti saudades.

Um beijo.