sábado, 8 de janeiro de 2011

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Hoje acordei e pedi inspiração. Exigi iluminação. Convoquei a palavra certa. Aquela que enxágüe. Que limpe e ilumine tudo que virá. Aquela transformadora. Que cause alvoroço. Reboliço. Que me vire do avesso. Aquela que desvele. Que tire o véu que cobre. Ou que uso para camuflar. Fingir aquilo que não sou. Eu quero escrever, escrever sem parar. Até o lápis acabar. Até os dedos sangrarem. Até a cabeça pifar. Meu pensamento neste momento está em ebulição. É um pensamento inquietante. Não quero aquilo que já tenho. Desejo sair disso tudo. Largar as coisas como estão. Quero deixá-las inacabadas. Quero despir o meu egoísmo. A minha mesquinhez (que tanto me faz mal!). Os meus conceitos e preconceitos. Quero romper com tudo isso. Virar a página sem olhar para trás. Deixar os problemas, meus pequenos problemas que causam grandes transtornos. O que são esses problemas diante da grandeza do universo? O que sou diante do macrocosmo? Um ínfimo grão de areia. A partir de hoje não terei mais problemas a resolver. Terei dificuldades transponíveis. Quero falar, falar, falar como se tivesse aprendido agora. E se a escrita for à forma como encontrei para gritar essa voz. Vou escrever. Só quero o que é meu. Apenas quero a fatia que me cabe. Quero fazer minhas escolhas sem medo. Quando faço o que quero sempre acerto. Mesmo quando as coisas não acontecem como o planejado. Mas a escolha foi minha. E se eu cair e quebrar a cara. Levanto, porque a escolha foi minha. Minhas escolhas sempre serão certas, porque são minhas. Não posso permitir que outra pessoa viva a minha vida. Aquilo que decidir será tranqüilo, sem angústias. Não quero escolhas angustiadas. Não quero escolher entre isso e aquilo. Eu quero os dois. Almejo escolhas conscientes. O grande delírio é ter consciência daquilo que você quer. É ter consciência daquilo que você é. A pior piração que pode se ter é ser consciente. E eu quero ter plena e total consciência daquilo que quero. Daquilo que sou. Das minhas buscas. Das minhas escolhas. Ah, é muita loucura! Sei que não posso calar. Não posso fazer morrer dentro de mim essa vontade de gritar, de viver, de celebrar a vida, o mundo. Não posso calar. Não quero! Quero ir além. Quero o novo. O desconhecido. Quero transcender. Quero saber o que há entre dois grãos de poeira que estão aqui em meu pé. Quero ir. Transgredir. Quero saber o que há entre o sonho e sua realização. Preciso da lucidez necessária para reconhecer o momento do conhecimento quando ele chegar. Quero a sabedoria para sentir a revelação. Eu quero viver plenamente comigo. Me reconhecer. Buscar todas as respostas dentro de mim. Sentir minhas sensações. Minhas emoções. Saber o que ocorre dentro de mim. Onde está o ponto de equilíbrio. E se há algum equilíbrio. Quero me fazer bem. Para que possa fazer o bem a você. Não posso dar aquilo que não conheço. Tenho que permitir o autoconhecimento. Eu quero o verbo to be. Quero ser e estar. E se você é... Me deixa ser!

3 comentários:

Poetinha Feia disse...

Sim, o post é repetido, porque gosto de reprises!

Luciana Romano disse...

E que bom que pude ler mais uma vez e novamente...rsss.
Sinto tudo o que foi escrito.
Também desejo a consciência e o verbo to be. Aliás adoro o to be, que carrega em si uma dualidade desconcertante: Ser e Estar. Como é bom poder estar e ser como se está naquele momento.
Loucura total.
Mas, loucura consciente.
Amei.
Continue se repetindo e se recriando, por favor!

Empoemamento disse...

"E se você é... Me deixa ser!"

Danou-se...

É bem por aí que estamos, nesta estrada, e o pior é que a culpa é toda nossa e do outro também, vai... (mais dele do que nossa)! Assim fica mais fácil!

P.S: emitir esta frase já se configura num bom começo!


Beijos Vermelhos...

Os dois!