quinta-feira, 9 de julho de 2009

Algumas palavras para uma Rosa



Eu posso afirmar com toda certeza que trago em meu peito cansado que essa foi à tarefa mais difícil imposta nesse semestre. Porque escrever um poema é tentar descrever que é indescritível. O poeta busca palavras comuns aquelas do dia-a-dia ditas sem o mínimo de reflexão para expressar a leveza, a beleza da vida. O poeta busca a reflexão. E foi exatamente refletindo e perdendo horas de sono que essas palavras foram escritas. E durante meus pensamentos percebi que Rosa é a perfeita tradução da rosa. Então, diante dessa afirmação meu poema estaria encerrado. Mas o poeta é acima de tudo aquele que promove a reflexão através de suas reflexões. Desse modo lanço a questão: Rosa seria a tradução da rosa ou seria a rosa a tradução de Rosa? Quem traduz quem? Vou retroceder um pouco para começar a entender que as coisas não acontecem por acaso. Veja bem, rosa é uma palavra feminina da primeira declinação e foi com essa palavra que fomos inseridos na língua latina. Foi preciso aprender latim para compreender a beleza da Rosa, mas essa beleza foi e é tão intensa que calou muitos versos de poetas durante muitos anos, pois seus versos recusaram-se a mostrar-se diante da “soberana flor”. Percebo também que não foi um acaso uma sala de aula reunir tantos poetas e foi o sentimento de todos os poetas que fizeram a poesia desabrochar nas manhãs sonolentas de românica. Aprendemos que uma palavra possui vários significados, mas atentemos, mais uma vez, para a palavra rosa e o meu questionamento em alguns versos acima. Seria Rosa a metáfora da própria flor ou seria a flor a metáfora de Rosa? Para mim, Rosa é a forma reduzida para delicadeza. Ou ainda a forma reduzida para beleza. Mas nem tudo são rosas. Quantas vezes me senti perdida ao longo desse semestre. Crítica textual? Filolofia? Romanização? Vocalismo? Consonantismo? Morfologia? Léxico? Nossa!!! Quantas vezes já quis me queixar a Rosa, mas que bobagem a sua Seu Cartola cantar que as rosas não falam! Seu Cartola essa Rosa fala, fala e fala muito. Essa Rosa “não pára, não pára não, não pára.” Quando afirmei nos primeiros versos que essa foi à tarefa mais difícil do semestre estava apenas querendo falar que concordo com Gertrude Stein quando ela afirmava que ‘“uma rosa é uma rosa é uma rosa” e que recusava definir aquilo que não precisa de definição por ser perfeito em sua simples e evidente nomenclatura.’ Eu gostaria muito de falar para Seu Carlos “que a flor que nasceu na capital do país às cinco horas da tarde” nasceu também às sete horas da manhã no PAF III e que coloriu trazendo mais beleza e delicadeza as manhãs de final de verão. Seu Carlos, eu vi a Rosa brotar por entre olhos sonolentos e remelentos naquela segunda-feira 02 de março de 2009.

4 comentários:

Empoemamento disse...

Eu não sou uma Rosa!(Mi)

Nem sou um cravo. (ChicO)

Não sei nunca se tendo escolhido a profissão que escolhi, farei com ue meus alunos aludam ver uma rosa diante de sim todas as manhãs entre remelas e bocejos e bocas com cheiro de café, suco ou pasta de dentes e coisas que o valham...

O fato é que na graduação o que mais me chateva estudar era lingüística, não por não ter uma Rosa diante de mim embelezando-me as noites, e não também, por não concordar com o que esta ciência nos diz, mas por não ter gosto mesmo. Tesão, essas coisas que movem moinho.

Estudar Latim também não foi o mais delicioso, nem sei se posso dizer que fiz isso, que passei por tal experiência, mas uma coisa é certa, depois de um texto lindo com este...

Dá até gosto querer ser Rosa.
Dá gosto de ver uma Rosa!
E principalmente, dá vontade de Conhecer essa Rosa, que de tão Rosa parece que plantou tantas outras Rosas nos olhinho remelentos de de manhã.

Dá até mais curiosidade pela lingüística e pelo Latim...


Beijos Vermelhos cor de Rosa(Flor!)

Mi e ChicO!

Maria disse...

Menina, mas que beleza de texto, com cheiro de rosas, com delicadeza de sucesso. Concordo que não precisamos definir tudo, às vezes o simples é só simples mesmo, para quê complicar?
E rosa é sim a forma reduzida de delicadeza. Quase um sinônimo.

Lindo texto. Vou colocar no meu blog uma passagem pra cá tb =D

Meu beijo

# Poetíssima Prida disse...

Parabéns..
fico realmente sem palavras..

Abraços!

Unknown disse...

Me sinto feliz por ser sua amiga e, principalmente, ter uma rosa no meu nome.

bjinhos!