segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Saudades

Andar pelas ruas de Ondina tem sido uma tortura incrível. Eu ando sozinha. Com um peso no peito. Que me empurra, aliás, me puxa para baixo a todo instante. Eu ando cabisbaixa, contando pedras chutadas e que todos os dias mudam de lugar. Eu as procuro na tentativa de não procurar você. Mas você não saiu de mim. Você está em mim. E permanecerá. “Aonde quer que eu vá, levo você no olhar”. Eu ainda não consigo andar por aquela rua. Eu simplesmente não consigo olhar para ela. Abaixo a cabeça numa tentativa inútil. Tento bloquear em mim as lembranças que a todos instante se fazem presente. Como nós ríamos de tudo! Como fomos felizes em nossos momentos. Saudades daquelas conversas intermináveis ao telefone. Ah! Minha Infinita que saudades de você! São tantas coisas que não foram ditas. Tantos detalhes que não ficaram esclarecidos. Tínhamos todo o tempo do mundo. Aquela conversa que ficou engasgada em nossa garganta. Essa conversa que foi responsável pela distância entre nós. E quando estávamos começando a construir a ponte para transpor esse vão... Você se foi. Deixando um abismo infinito dentro de mim. Sem respostas. Nosso amor nos traiu. E talvez você tenha percebido, mas eu... Eu estava de olhos vendados. Não me deixaram ver o óbvio. E você respeitou minha cegueira. Às vezes tenho a ligeira impressão que tudo isso não aconteceu. Tem dias que acordo achando que vou encontrar com você numa esquina daquelas em Ondina. E se de repente fosse tudo um terrível pesadelo. E você pudesse retornar agora, eu diria que... Eu não diria! Apenas abraçaria você e seguraria sua mão com força. E ficaria sempre perto de você. Somente para sentir você. Tantas coisas você me ensinou sem saber. Amizade e companheirismo. Minha Infinita, tanta falta você me faz. E hoje nesse dia tão especial para nós... um vazio. Eu não ligarei para você hoje, desejando todas aquelas coisas de sempre. E que nós fazíamos questão de repetir. E daqui a dois dias não receberei sua ligação, mas esperarei por ela. E sentirei essa ausência doer. Que poder tem essa pequena palavra dor. E que sofrimento ela causa. Sofrimento imenso. E isso me machuca na alma profundamente. Eu não consigo esquecer essas lembranças maravilhosas. Na verdade não quero esquecer. Tudo aquilo que foi vivido por nós, estará para sempre guardado dentro de mim para que nos dias de solidão eu tire uma pequena dosagem para aliviar a saudade. Esses momentos nossos são o meu antídoto para os dias de saudades em fúria. E só os nossos momentos conseguem preencher esse vazio.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Sorrir, quando a dor te torturar e a saudade atormentar..." ...As boas lembranças...essas devem sempre ficar em nós...alivia a dor da ausência... Digo isso, por experiência própria...vc sabe.
Bjs doces!

Anônimo disse...

Que paradoxo!

Sua dor saiu bonita nesse texto!


E doeu até aqui! Ai.


Mas que belo, belo, belo, belo e belo!


Beijos vermelhos, querida nossa!


Fomos bandinha!


P.S: Nós queremos aprender com você!


Mileide e ChicO!

Fê Colcerniani disse...

Hum, que lindo... Sentir a falta que alguém faz doi mesmo... Mas depois vemos que no fundo é uma dor boa...
Que vc tenha uma vida de encontros...

Glayce Santos disse...

Olá! Obrigada pela visita! Poetinha feia? Intrigante...
É, nada como momentos e mais momentos para tentar ocupar o vazio, a ausência que deixam...
Gostei daqui!
Beijos

Iaiá Pereira disse...

Contou minha história.
Emocionada estou.
Um abraço!