quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

História de Amor n° 03: A Paixão.



Ela se apaixonou mesmo. Foi no primeiro dia que viu e quando ela deu conta estava completamente iluminada por aquilo sorriso devastador. E aquela voz que falava era a voz que ela ouvia dentro dela e tocava seu coração. Era a voz dos seus sonhos. Lá estava ela apaixonada. Estropiada e apaixonada. Achava que esse tipo de paixão só existia em filmes de sessão da tarde e novela das seis. E tudo que ela achava ridículo agora era lindo. Inclusive as cartas. Já não respirava mais, vivia de suspiros. Gastava horas pensando no dia em que viveriam felizes para sempre. O tempo gastando. A paixão crescendo. O desejo multiplicando. Fazia de tudo para estar mais próxima. Fazia de tudo para ser notada e algumas vezes até era. E isso explodia dentro dela. Era uma felicidade incontrolável. Sorria! Cantarolava! Dançava! Mas aquilo ainda era muito, muito pouco perto dos seus eloqüentes sonhos. Ela queria sempre mais. Ela procurava por algo mais extraordinário do que aquilo. E foi então que ela decidiu que não poderia mais suspirar sem sentir aquele sorriso dentro dela. E ficou pensando numa forma num jeito. Espremeu sua cabeça até ficar tonta. Estropiada, apaixonada e tonta. Eis que surgiu uma idéia! Ela queria beijar aquela boca de qualquer jeito. A cena já estava toda ensaiada em sua fértil cabeça e seu prolixo coração. E no dia escolhido lá estava ela. Tão nervosa que mal conseguia conter-se. Excitava-se mais a cada segundo. Avistou o sorriso de longe. Até que o sorriso foi aproximando-se dela. Cada vez mais perto... Perto... Pertinho. Agora sua face já sentia aquela respiração... e boom! Explosão! O beijo aconteceu. Da forma como ela havia planejado. Ela tentava disfarçar (em vão) o sorriso, mas a felicidade era tanta que ela mal conseguia. Então ela elevou suas mãos sobre os lábios sentiu sua boca fervendo. Seu olhar estava radiante. Estava em êxtase profundo. Ela tentou dizer algumas palavras como havia ensaiado, mas não sabia se estava mais nervosa ou mais feliz e só conseguiu dizer: - Desculpe na hora que... E foi prontamente interrompida, ela ouviu uma gargalhada e a frase: - Tudo bem! Isso acontece, relaxe! Ela calou-se. Sentou-se. Lá estava ela apaixonada, estropiada, tonta, sentada e calada. Tentava acalmar-se. Não tinha ensaiado aquela reação. A felicidade saía gritando pelos seus poros e espelhava-se pelos seus pêlos. E depois daquele beijo ela já começara ensaiar outro... Outro beijo. Um abraço. Uma declaração. Uma consumação. Um amor.


6 comentários:

Pedro Laurentino disse...

Quanta coisa indo e vindo! Narrar é tão dificil quanto viver, e viver é homérico. Seu blog é um caderno de sentimentos verdadeiros, e por isso é intenso! Dindinha, to torcendo pra você e o seu bem também!

Empoemamento disse...

kkkkkkk


Você é realmente MARAVILHOSA!

"...Tudo bem, isso acontece, relaxe!" Foi ótimo!


Belíssimo texto, como sempre.
Poético texto, como sempre.
Fantástica Poeta, como sempre!


Beijos vermelhos dos nossos...

Heduardo Kiesse disse...

lendo é como se eu estivesse e fizesse parte da narrativa - tambem!!

sublime!!

Ludmila Rodrigues disse...

Vi e senti tudo nesse seu texto também. Ele deve fazer parte de um pouco de mim...
Obrigada pela visita!
Beijos

Anônimo disse...

Chorei...
lembrei...
Essa história é minha também.
me apropriei de tudo, e vc é linda.

Anônimo disse...

Belooo...no mais, já lhe disse...!!