quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(...)

Eu não quero escrever. Nesse exato momento não sinto a mínima vontade. Eu quero falar. Eu quero gritar. Quero berrar. Mas as pessoas estão ocupadas demais para me ouvir. Eu estou cansada demais para berrar em vão. Por isso quero deixar registrado aqui a minha não vontade em escrever. Já escrevi sobre muitas coisas. Muitos sentimentos. Histórias dos outros. Minhas histórias. Tudo já foi escrito, lido, dito e ouvido. Hoje estou cansada. Excessivamente entediada para escrever. Procuro em mim um motivo e não encontro. Como faço para ser um poetaço, Predo? Mergulho de cabeça no vazio. E nem sombra de inspiração vem. Tem dias que é uma loucura tenho que parar tudo para escrever. Mas têm dias que é assim, não sinto vontade. “Socorro, não estou sentindo nada Nem medo, nem calor, nem fogo Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir.AA” Na verdade vontade de escrever nunca tive. O que tenho o que sinto é necessidade de escrever. Como necessidade de respirar. De viver. Escrever é viver pelo menos para mim. Escrever é meu maior amor. O amor mais puro e verdadeiro que sinto e que tenho. Escrita é vida. E sei que estou viva, porque escrevo e amo! Me apaixono também. Apaixono mais do que amo. Mas há alguns momentos que não sinto essa necessidade. Nesses momentos me sinto adormecida. Anestesiada. Dormente. Nublada. E exausta. Me sinto cansada por não escrever. Hoje estou cinza, porque quando não escrevo morro um pouco. Um dia sem escrever é um dia sem vida. “Por favor, uma emoção pequena.AA” Não escrever me consome. Me entristece. Me chateia. ChicO me ensina a escrever do seu jeito? Eu prometo ficar quietinha só observando. E hoje eu não quero escrever. Mesmo se quisesse escrever tudo acabaria feito um borrão num pedaço de papel manchado sem importância. E que acabaria no lixo. Definitivamente escrever hoje não dá. Hoje quero falar para sentir aliviar essa angústia que tanto amargura meu peito. E que às vezes me faz querer calar. “No zap pele no sap filme Tudo tem uma lógica chaminé minério.” CB


6 comentários:

Anônimo disse...

Olá,admiro quem gosta e escreve tão bem...veja vc, ñ estava com animo para escrever e fez um texto tão interessante...bj!Poetinha!!!!!!!!!!

PS:“... As pessoas mais talentosas, em sua maioria, são as mais modestas, autênticas e sem pose." Martha Medeiros.

É assim que te vejo!

Pedro Laurentino disse...

Um poetaço é assim como você, dindinha, e eu aprendo sempre mais por aqui!
é um copo de colera, uma colher de esquizofrenia e uma caça às borboletas semanal!

Um bjo para tu, viu?

Empoemamento disse...

Não há o que ensinar meu bem. Você é Poeta e, sabe sê-lo.

Quem me dera ter o que ensinar-te.

És nosso orgulho. Orgulho da classe.

Das melhores que conheçemos.

Se dizes contundente e forte: "Não quero escrever. Neste exato momento não sinto a mínima vontade."

Isso já virou escrita, e principalmente: prosa poética.

Gostamos de prosear por aqui. Poetizar por aqui. e aprender com você! Isso sim!


Nós gostamos do que vem dai. De ti.


Beijos, muitos beijos,grandes beijos, queridos beijos, vermelhos beijos. Sinta-se abraçada de beijos e de amor e de beijos. beijos contudentes, grandes, carinhosos.

Continue pOetA, continue sendo assim para nosso deleite, please!

E como diria Clarice: Seja feliz como desejamos que sejas.


Mileide e ChicO!

Anônimo disse...

Vim comentar novamente.

Sabes, o senhor Manuel de Barros disse-me a mim, duas coisas hoje pela manhã:



MUNDO PEQUENO - VII

Descobri aos 13 anos que o que me dava praze nas leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
O Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manuel, isso não doença, pode muito que você carregue para o resto da vida um certo gosto por nadas...
E riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu repondi.
Veja que bugre só pega estradas por desvios, não anda em estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores supresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de Agramática.


Manuel é quem nos ensina. diz a verdade, né não?


A segunda coisa que ele me disse, depois eu digo!


Beijos poéticos, Poeta!

Anônimo disse...

2º Coisa dita por Manuelito.

AS COISAS TINHAM PARA NÓS...

As coisas tinha para nós um desutilidade poética.
Nos fundos do quintal era muito riquíssimo o nosso desaber.
A gente inventou um truque pra fabricar brinquedos com palavras.
O truque era só virar bocó.
Como dizer: eu pendurei um bentivi no sol...
O que disse Bugrinha: Por dentro de nossa casa passava um rio inventado.
O que nosso avô falou: O olho do gafanhoto é sem princípios.
Mano Preto perguntava: Será que fizeram o beija-flor diminuído só para ele voar parado?
As distâncias somavam a gante para menos.
O pai campeava campeava.
A mãe fazia velas.
Meu irmão cangava sapos.
Bugrinha batia com uma vara no corpo do sapo e ele virava uma pedra.
fazia de conta?
Ela era acrescentada de graças concluídas.

E foi isso que encatadamente ele me disse.

E foi asim, encatada que me lembrei de você!

Anônimo disse...

2º Coisa dita por Manuelito.

AS COISAS TINHAM PARA NÓS...

As coisas tinha para nós um desutilidade poética.
Nos fundos do quintal era muito riquíssimo o nosso desaber.
A gente inventou um truque pra fabricar brinquedos com palavras.
O truque era só virar bocó.
Como dizer: eu pendurei um bentivi no sol...
O que disse Bugrinha: Por dentro de nossa casa passava um rio inventado.
O que nosso avô falou: O olho do gafanhoto é sem princípios.
Mano Preto perguntava: Será que fizeram o beija-flor diminuído só para ele voar parado?
As distâncias somavam a gante para menos.
O pai campeava campeava.
A mãe fazia velas.
Meu irmão cangava sapos.
Bugrinha batia com uma vara no corpo do sapo e ele virava uma pedra.
fazia de conta?
Ela era acrescentada de graças concluídas.

E foi isso que encatadamente ele me disse.

E foi asim, encatada que me lembrei de você!