quinta-feira, 9 de junho de 2011

(...)

Ainda tento preencher o vazio. Entre um passo e outro. Entre o olhar e uma piscadela. Uma palavra e outra. O sentar e o levantar. Seria retórico afirmar que me sinto como um vidro despedaçado por dentro? Mas é assim que me sinto (Reafirmação). O que esperar de uma palavra falada? Não retornará. Aqui passado e futuro: presente. Não tenho rastros a seguir. Passaram uma borracha enquanto piscava os olhos. Apenas tenho o que ficou por dentro. Lembranças recorrentes com sabor de cappuccino de menta. Goles pequenos queimam e corroem a saudade. Como preencher o vazio entre uma gargalhada e outra? Permaneço calada. Emudeço meus gestos. Minhas palavras. Não preciso conter aquilo que não tenho. Vivo o vazio de forma pura e absoluta. Permaneço imóvel e insone. Tento ocupar-me para não pensar. Preciso não pensar. Por que acham que contabilizo todos os minutos do dia? É preciso manter-se ocupada para não sentir o vazio rasgar ao meio dia. A despedida, não houve. Uma palavra de ternura, não foi dita. As expectativas e as lembranças foram resumidas ao “se”. Continuo no aguardo. Busco a presença que não se consuma. A vida presenteada com a ausência. Aguardo contínuo. Por que acham que organizo todas as coisas ao meu alcance a cada segundo do dia? É preciso contabilizar cada ação para não sobrar tempo para relembrar. Tempos coloridos. Pensar tem sido doloroso. Ocupo-me. Tempo automático. O vazio sublima e não é perecível aos dias. Quero fechar os olhos (e acreditar) que tudo passará...



5 comentários:

Morgana Medeiros disse...

Ao passo que a serenidade abraça as lembranças, elas se tornam amenas e (e)ternas.

Belas palavras...Parabéns!!

Antônio LaCarne disse...

parabéns pelo texto muito bonito e introspectivo.

grande abraço e ótimo fds.

Empoemamento disse...

Se quiser fico em silêncio e te abraço!

Se doer toda(o)é muito digno, valem lágrimas furtivas e copiosas.
Mas cada coisa em seu momento,nós somos assim: intensas, então: tristeza para tristeza e alegria para alegria.Por isso o nosso doer é mais dolorido e a nossa alegria é mais voraz.

A gente vive cada coisa no seu momento.
Damos-lhes a devidada atenção.
E sentimos tudo muito mais forte e vivo!

Faz parte do nosso show, meu Amor!

Beijos Vermelhos,


P.S: eu sempre escrevo muito nos teus posts, vc me inspira! =)

Amanda Julieta disse...

Eu também ainda tento preencher esse vazio e essa vida que ficou.
Mas parece que sofrer tudo o que há para se sofrer nos dá mais dignidade... sofrer com essa intensidade absurda de quem vai acordar amanhã de manhã...

Poetinha, quando vim aqui, me doeu não tem vindo muito antes. Porque as suas palavras tem um gosto sincero e letal.

Beijo.

Anônimo disse...

Oi =) pra quem não lembra eu sou a Amanda Romero do Keep Breathing e estou reabrindo o blog. Fiquei um tempo sem escrever por falta de tempo, mas quem escreve sabe que quando não se coloca essas palavras pra fora a mente vira um furacão.
Tem post novo (http://amanda-romero.blogspot.com/2011/06/o-problema-voce-nasce.html)
e se gostar da uma olhadinha no resto do blog =) http://amanda-romero.blogspot.com/

Obrigada.

/Adorei aqui.