porque quando ouvi sua voz pela
primeira quis ouvi-la todos os dias. Tem o seu cheiro antes de dormir. A casa
cheia, quando você chega. Tem o seu carinho em minha mão. Tem você com pressa, esperando no carro. A conversa até
adormecer. Casei, porque o futuro é incerto, mas ao seu lado tenho certeza que
é a minha felicidade. Quando abro os olhos pela manhã me vejo refletida verde
nos seus. Precisamos fazer aquela viagem e mergulhar no mar de verão. Rolar na
areia. Reclamar do embaraço no cabelo. E depois se queixar que nossos olhos
estão ardendo. Casei, porque seus olhos brilham e sorriem para mim. Eles me alcançam
e seduzem. Porque precisamos ir ao cinema e discutir o filme depois. Precisamos
ir àquele bar que tem cerveja gelada e tira-gosto ótimo. Mesmo que não beba,
fico feliz a cada gole seu. Precisamos ir ao Rio de Janeiro. Beijar na Lapa.
Tomar café na Confeitaria Colombo. E ir ao Adega Perola. Mas, se suas pernas
estiverem doendo. Ficamos no quarto esquentando elas. Tem o show do Caetano,
que ainda não fomos. Vanessa da Mata. Roberta Sá, que você gosta. Tem aquela
peça de teatro que ainda não estreou por aqui. Será que vem? Casei, porque sua mãe faz o melhor pudim. Sua
família é linda. Minha família ama você. Dormimos após o almoço. Rimos das
nossas besteiras. Tem o menino. Nossa porta para o futuro. Os seus amigos são
maravilhosos. E os meus amam você. Precisamos ir naquele café que passamos em
frente, mas nunca entramos. Tem o seu sorriso. Tem o trenzinho na Orla. Casei,
porque você é a minha poesia que sai do papel e caminha na sala. Tem aquela dança que ensaiamos em casa e ainda não estreamos. Porque sinto
saudades nos dias de plantão. Tem a nossa casa com grama verde. Cachorro
correndo. Banho de piscina na chuva. Varanda para a lua. Amigos no quintal. Churrasco
no final de semana. Tem bolo, que você faz. Pipoca-doce. E comidas deliciosas. Precisamos
ir à praia no final da tarde. Molhar os pés. Assistir ao pôr do sol. Tem a sua
doçura que me encanta. E adoça minha vida. Tem a sua humanidade. Casei, porque
nos movemos por algo maior. Invisível. Que sentimos profundamente. E que tento
converter em palavras. E escapa entre a lembrança, o pensar e a poesia. Casei,
porque temos laços intangíveis, que nos alcançam, enlaçam nosso bem querer e
flutuam no ar que respiramos...
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Sobre nós... Para nós...
Escrevo para dizer que continuo sentindo o frio
na barriga, como da primeira vez... Sempre que nos beijamos. Quando você segura
a minha mão. Sorri para mim. Quando nosso olhar se cruza entre a sala e o
corredor. Quando toco em suas pernas. Quando ouço sua voz. Escrevo para dizer
que continuo procurando novidades... Para conversarmos. No trajeto de casa ao
trabalho. Na ida à padaria. Quando chego à janela. Enquanto você lava os pratos
e eu ajeito a mesa. Quero surpreender seus olhos para que me iluminem curiosos.
Escrevo para dizer que continuo sonhando nossos sonhos... Viagens. Festas. Restaurantes.
Vê-lo num grande palco. Nosso pequeno crescendo. Prosperando. As realizações
dele. Nosso amadurecimento. Vê-lo um homem de bem. Feliz. Escrevo para dizer
que continuo querendo um mundo melhor.... Para nós vivermos. Planejarmos. Desfazermos.
Refazermos. Realizarmos. Sonhar novos sonhos. Para comer acarajé no Rio
Vermelho. Para irmos à praia caminhar. Para seus olhos sorrirem. Escrevo para
dizer que continuo me apaixonando... A cada dia que adormeço ao seu lado. Quando
sonho e acordo ao seu lado. Quando seguimos para o trabalho. Pegamos a estrada.
Pela sua humanidade. Pelo seu coração bondoso. Pelo seu cuidado e respeito com
o outro. Pelo seu sorriso. Escrevo para dizer que continuo sentindo.... Nosso
amor pulsando como na primeira vez que nos vimos. Escrevo para dizer que
continuo... Anestesiada de amor. De cuidado. Carinho. Cumplicidade. Pelo seu
cheiro. Pela sua doçura. Escrevo para dizer que continuo querendo para nós... Amor
em paz para que possamos continuar vivendo com respeito, harmonia, serenidade e
muito, muito, muito amor. Escrevo para dizer que continuo querendo um bem
enorme a você...
domingo, 10 de maio de 2015
(uma aprendizagem... )
Feliz Dia das Mães! Poderia desejar apenas
isso. Mas, gostaria de acrescentar algumas poucas palavras e muitos
sentimentos. Tenho aprendido a ser mãe nestes quase três anos de convívio. E,
com isso, tenho entendido mais a minha mãe. Nossa relação. A eterna responsabilidade. A perene
preocupação. Não importa se os filhos são adultos ou ainda crianças. Filho é
sempre filho. O que antes via como chateação. Hoje: cuidado. O horário. A alimentação.
As amizades. A escola. As escolhas. A proteção. O respeito. O querer
o bem, o melhor. Os olhos sorridentes a cada conquista. Encorajadores a cada desafio. Tristes a cada
tristeza nossa. E a bondade a cada amanhecer. É a força que se renova a cada
instante. Hoje, olho minha mãe com outros olhos. Olhos de amor. E sei que há
muitas formas de expressá-lo. Mesmo quando o abraço não vinha. O beijo perdia-se
no momento. A palavra muda ecoava no ar. O silêncio que invadia a sala. Hoje,
sei que o amor estava ali. Está ali. Mesmo não sendo as melhores amigas. Não saindo
juntas. Mesmo com todas as discussões. Diferenças. Desentendimentos. Mesmo,
quando a chuva caía. O sol queimava. O inverno esfriava. E a primavera
florescia. O amor estava ali. Ainda está. Hoje, reconheço. Percebo
minhas falhas. Intransigências. E, muitas vezes, egoísmo. Hoje, quero ser uma filha melhor. Mas, nem escrevendo
todas as palavras conseguiria explicar o que é este sentimento. Mesmo assim
tento, porque quem escreve é mais teimoso que mula empacada. Tento explicar o
inexplicável. Dizer o indizível. Estou falando do amor. Porque sinto amor. E amo
o amor. E é esse sentimento que é a potência da vida. Que adoça. Que permite
fazer planos. E sonhar novos sonhos. Refazer projetos. Acreditar. Ter fé. Ir além.
Superar limites. Quero só agradecer. Agradecer aos ensinamentos diários. Mesmo sendo
uma aluna rebelde e questionadora. Obrigada, por me ensinar tanto
diariamente. Paciência. Doçura. Carinho. Afeto. Cuidado. Compreensão. Firmeza. Obrigada,
por me ensinar a amar e a sentir o amor. O amor que sempre esteve ali. Ainda está
e estará.
terça-feira, 24 de março de 2015
Dia a dia
No meio dessa loucura toda, o amor me salva.
Com seus olhos de esperança. Sorri para mim cedo. E clareia meu olhar embaçado.
Cheiro seu cabelo. Escovo os dentes. Tomo banho frio. Acordo nosso menino.
Tenho certeza que ele dorme até a primeira chuveirada. Na janela sobre o mundo aberta,
acompanho o seu passo. Ao longe, ele vira e acena. Às vezes, manda beijo. Às
vezes, quando acontece alguma coisa é só virar e nossos olhos compreendem.
Volto. Faço nosso café, apaixonada. Espero você despertar. Me encanta observar
o seu leve caminhar entre o quarto e o banho. Sento só para admirar. Com meus
olhos apaixonados. Enquanto você se arruma conversamos alguma coisa. Isso me
alimenta. Me fortalece para enfrentar mais um dia enlouquecido. Enfrentamos
lado a lado o trânsito. Com suas motos. Motonetas. Bicicletas. Carros.
Pedestres. Apitos. Faixas. Buzinas. Pensamos em soluções. E se... Ou se...
Sabemos muito de trânsito. Ouvimos o jornal no rádio. Comentamos outras
histórias. Daquilo que aprendemos. Daquilo que somos. E a cada conversa
fortalece aquilo que fez me apaixonar por você. Fico no trabalho. Você segue.
Meio-dia nos encontramos. Mais novidades, mais conversas. Vamos pegar o menino.
Seguimos para casa. Mais trânsito. Mais ideias. Almoçamos. Lavamos os pratos. O
menino brinca. Nós assistimos. O menino faz a tarefa. Se é português, posso
ajudar. Se é matemática, é com você. Quando está fácil, ele faz sozinho. O
menino volta a brincar. Conversamos, acarinhamos, amamos. Já está na hora no
café? Uma fala no entardecer. Enquanto você prepara o café, coloco à mesa.
Adoço com colheradas rasas para não enjoar. Assistimos TV, conversamos, carinho vai,
carinho vem. Vamos dormir? Já? Vem me ajeitar! Deitamos. Beijamos. Abraçamos. Conversamos
sobre o dia. Amadurecemos ideias. Fazemos planos. Desfazemos outros. Refazemos
mais. Rimos. Analisamos. Beijamos. Cheiro seu cheiro. Abraço forte. Jogo as pernas. Sonhamos novos
sonhos. Até o dia amanhecer...
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
... (O vazio)
... Cortaram o fio. O poema perdeu-se. Rima
rica minha. Era tão meu. Inerente a mim. Éramos possuídos... Desde o principio
ou não, mas me pertenceu do início a interrupção. E foi tomado de mim. De forma
brusca. Inesperada. Violentamente. Um aborto. Não espontâneo. Doloroso. Foi
estranho descobrir isso após a perda. O óbvio muitas vezes foge da vista. Meus olhos boiam na lembrança. Companheiro
de aflição. Devaneios. Sonhos. Marcado pelo ir e vir. Traços de
criação. Tudo escrito a lápis.
Ponta fina. Ponta grossa. Ponta por fazer. Inquietações. Experimentações. Textos interrompidos. Outros finalizados.
E um bocado de frases soltas. Ideias frescas. Que nunca amadurecerão. Palavras inquietas. E o que fazer com o preenchimento que fora roubado de mim? Estou pela
metade. Perdida no caos. E essa incompletude que perpetuava à escrita. Permeava
a busca. Afligia noites insones. Essa sede que me fazia buscar água. E muitas
vezes não bebê-la para continuar buscando. Sentir o corpo ansiar. Vibrar pelo
desejo. Exaustão. Escrever é ser sempre incompleto. Mesmo após um poema
escrito. O vazio invade e fim. Permanece. Se a escrita é perene, o vazio também
o é. Escrever é um ato incansavelmente de incompletude. E essa é a minha sede.
Completar-me. Não há prêmios. Best-sellers. Que cessem a sede de quem escreve. Levaram
minhas palavras... Tão minhas. Ali escritas. Pensadas. Pesadas. Amadurecidas.
Alinhavadas. Conectadas. Escritas. Perdidas. No tempo e espaço. Minhas palavras por aí... Quem está
lendo? Devastando minha devastação? Andando em meu deserto com olhos gulosos?
Curiosos sem fim? Será inconcluso também? O que pensará? Meus pedaços de mim. Penso inconcluso. Destroçada
de mim. Desabitada. Oca. Escrever é ser sempre vago...
Assinar:
Postagens (Atom)